Ford Maverick

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O Ford Maverick Brasileiro foi lançado pela Ford em 1973. Os carros de pré-produção saíram da montadora em abril, sendo a produção seriada iniciada apenas em junho daquele ano. Baseado no projeto americano com o mesmo nome, que vinha sendo fabricado lá desde 1971, o Maverick chegou ao Brasil com o objetivo de substituir a linha Willys e competir no segmento de carros como o Opala da Chevrolet, que mais tarde tornou-se seu eterno rival.



Seu desenvolvimento no Brasil se dividiu em duas fases. A primeira fase, iniciou-se em 1973 e a segunda fase, que veio com a meta de salvá-lo das baixas vendas devido ao embargo petrolífero, estendeu-se de 1977 à 1979. O Maverick não era um carro muito econômico, e isso sentenciou-o ao fim, sendo sua produção interrompida em abril de 1979, quando o carro parou de ser produzido no país.

O FORD MAVERICK NO BRASIL




A Ford do Brasil na época detinha o controle acionário da Willys-Overland do Brasil e desde o final da década de 60 mantinha a fabricação dos modelos Aero-Willys 2600 e do famoso Itamaraty. Porém no início da década de 70 esses modelos já se apresentavam bastante defasados, e a montadora precisava de uma solução que viesse de encontro a substituição desses modelos e ao mesmo tempo enfrentasse em condições de igualdade o concorrente da Chevrolet, o Opala que já era produzido desde 1968, inspirado no modelo europeu Rekord.
O Ford Galaxie que já vinha sendo fabricado pela Ford desde 1967 era demasiadamente luxuoso e caro para preencher essa lacuna de mercado (na época, o Galaxie já podia sair de fábrica com direção hidráulica, ar condicionado e câmbio automático). Era necessário um carro mais estiloso e de médio para grande porte.
Para encontrar uma solução, a Ford convocou uma consulta clínica. Um seleto grupo de 1300 indivíduos indicaria a próxima tendência de mercado para a Ford do Brasil. Assim foram oferecidos a esse público três propostas: o Maverick (que naquele ano já tinha vendido muitas unidades nos Estados Unidos), o Cortina (de procedência inglesa) e o Taunus (carro alemão que era o concorrente direto do Opel Rekord na Europa). Essa pesquisa indicou o Taunus como carro ideal para o mercado brasileiro naquele momento.



Diante do resultado a Ford fez um levantamento de custos necessários para a fabricação do Taunus no Brasil. A montadora deveria agir rápido, pois todos os concorrentes preparavam novos lançamentos para a época, a serem apresentados no Salão do Automóvel de São Paulo de 1972 e 1973. A Ford não poderia ficar atrás. Entretanto os custos para a produção do motor que atendesse o modelo Taunus e o tempo que levaria para adequar a fábrica no município de Taubaté (previsão para 1975) acabaram por descartar o projeto Taunus. Além disso a suspensão traseira independente exigiria alto investimento em ferramental.
A Ford optou por uma solução mais barata, rápida e fácil... mas que mais tarde traria muita dor de cabeça! Apesar do Maverick não ter sido o predileto na consulta de 1971 ele atendia todas as necessidades da fábrica naquele momento: nesse carro poderia ser aproveitada integralmente a mesma mecânica dos Itamaraty/Willys, a suspensão que seria utilizada (molas semi-elípticas) já estava disponível.
Apesar do motor Willys ter sido concebido originalmente na década de 30, esse foi o meio que a Ford encontrou para economizar em torno de US$ 70 milhões em investimentos para a produção do Taunus. Esse procedimento (que chegou mais tarde ao conhecimento público) acabou manchando a imagem do Ford Maverick antes mesmo do seu lançamento.
Para adaptar o velho motor 6 cilindros faltava espaço sob o capô, o que resultou em um redesenho do coletor de exaustão, o que deixou a junta do cabeçote em torno do cilindro queimando constantemente. A primeira modificação no motor 184 (3 litros), como era conhecido na Engenharia do Produto da Ford, foi o abaixamento da taxa de compressão para 7,7:1. O Itamaraty era o topo de linha da Willys, logo necessitava de um motor mais potente. No Maverick a situação era inversa: a versão de 6 cilindros seria a "básica" pois, o carro também seria lançado com o motor V8 302 importado, como opcional.



As críticas na imprensa continuaram, o que levou a Ford a organizar uma pré-apresentação do Maverick com o motor 184 a cerca de 40 jornalistas. Esse encontro deu-se no dia 14 de maio de 1973 no prédio do Centro de Pesquisas da Ford.
No dia seguinte a tal apresentação o Jornal da Tarde de São Paulo publicava uma reportagem "O Primeiro Passeio no Maverick - repórter Luis Carlos Secco dirigiu o Maverick na pista de teste da Ford, em São Bernardo do Campo". Os comentários foram que o carro era silencioso, confortável e ágil. Dados coletados pelos jornalistas informavam que a Ford gastou 18 meses, e investiu 3 milhões de cruzeiros em parte de engenharia, e mais 12 milhões de cruzeiros em manufatura para modernizar o motor 184 do antigo Itamaraty. A Ford havia conseguido seu objetivo: ganhar a confiança da imprensa.
O Lançamento

O primeiro Maverick nacional normal de produção deixou a linha de montagem em 4 de junho de 1973. O público já começava a interessar-se pelo modelo desde o Salão do Automóvel de São Paulo de 1972, quando o carro foi apresentado. O que seguiu foi uma das maiores campanhas de marketing da indústria automobilística nacional, contando inclusive com filmagens nos Andes e na Bolívia.




A apresentação oficial a imprensa ocorreu no dia 20 de junho de 1973, no Rio de Janeiro. Como parte da campanha de publicidade do novo carro, o primeiro exemplar foi sorteado. No Autódromo Internacional do Rio de Janeiro, em Jacarepaguá, foi realizado um test drive, onde os jornalistas convidados puderam dirigir nove Mavericks, seis deles com motor de 6 cilindros e três com o V8 302.
O carro apresentava inicialmente três versões: Super (modelo standard), Super Luxo (SL) e o GT . Os Super e Super Luxo apresentavam-se tanto na opção sedã (quatro portas) como coupê (duas portas), sendo sua motorização seis cilindros em linha. Já o Maverick GT era o top de linha, com produção limitada, e equipado com motor de 8 cilindros em V, potência de 195 HP, e 4.950 cm3 de cilindrada .

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