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A história da ABCCC teve início um pouco antes de sua fundação. Em 1931, alguns fazendeiros e estancieiros do Rio Grande do Sul, empolgados com a idéia de reerguer e padronizar o cavalo crioulo, começaram a fomentar a idéia de constituir uma entidade dedicada exclusivamente a raça.
A idéia começou a ser bem aceita no Rio Grande do Sul, vindo a tomar forma em uma tarde de verão do dia 28 de fevereiro de 1932, na Associação Rural da cidade de Bagé, no Rio Grande do Sul. Apesar da fundação ter ocorrido em Bagé, a cidade escolhida para sediar a entidade foi Pelotas, também no Rio Grande do Sul. Isto ocorreu pelo fato da a Associação do Registro Genealógico Sul Rio-Grandense estar nesta cidade.
Fundada inicialmente como ACCC – Associação de Criadores de Cavalos Crioulos – iniciou suas atividades nomeando uma comissão de criadores para classificar os animais inscritos para inspeção. Os cavalos considerados crioulos passavam a fazer parte do stud book da raça, dando assim início a padronização e perpetuação dos cavalos crioulos brasileiros.
No ano de 1935, a ABCCC começou a tomar corpo. Em janeiro, o stud book crioulo foi cedido pela Associação do Registro Genealógico Sul Rio-Grandense para a entidade, tornando-a mais independente. Com isso, foi preciso alugar uma sede para começar a registrar os animais inspecionados. O local escolhido ficava na rua XV de novembro, 556 e era compartilhada com a Associação Rural de Pelotas.
Enraizada e Unificada
No ano de 1944, associações de crioulistas do Brasil, Argentina, Uruguai e Chile fundaram a FICC – Federação Interamericana de Criadores Crioulos – na tentativa de integrar todas as entidades. Um ano depois, no dia três de outubro de 1945, foi realizada a primeira Exposição Internacional de Eqüinos Crioulos, realizada na cidade de Pelotas. O evento buscava por em prática o ideal da FICC, além de confrontar os cavalos crioulos espalhados pela América para melhorar a raça.
Neste período da história da ABCCC, uma das principais maneiras de difundir a raça crioula junto ao público em geral e conquistar novos criadores era através das exposições e feiras agropecuárias. Estas eram realizadas em municípios do Rio Grande do Sul e em alguns poucos municípios de outros estados brasileiros. O transporte na época era realizado, em sua grande maioria, por trens ou navios, dificultando o alcance e a abrangência da entidade. Foi desta forma lenta, mas persistente, que a entidade chegou ao ano de 1952. O número de sócios passava a casa dos 370 e quase seis mil cavalos crioulos estavam inscritos no stud book.
Nesta época, havia se passado mais de 20 anos desde a abertura das inscrições para as inspeções. Depois de prorrogar o fechamento dos registros provisórios por várias vezes, ao longo da década de 1940, a entidade entendeu que estava na hora de encerrar as atividades de inspeção. Quem não fizera até aquele momento, certamente não tinha interesse em certificar seus cavalos. Ficou, então, determinado que o encerramento do registro provisório para os machos seria no dia 31 de dezembro de 1953 e para as fêmeas em 31 de dezembro de 1955. Após estas datas, ingressariam no stud book brasileiro da raça crioula somente filhos de pais devidamente registrados.
Com o encerramento das inscrições, chegava ao fim o primeiro grande desafio da ABCCC. A partir deste momento, a entidade passava a ter outra prioridade: as gerações futuras oriundas das primeiras matrizes do stud book. Era preciso inspecionar os animais inscritos no registro provisório até que estes e seus ascendentes fossem aceitos no registro definitivo.
Após vários encontros ao longo da década de 1950, a FICC, no ano de 1959, estabeleceu o standard da raça para a América, uniformizando e unificando, desta forma, os crioulos em seu território de origem.
Um Novo Momento
A década de 1970 foi um dos momentos mais importantes da história da ABCCC. Até este período, as exposições de cavalos crioulos proporcionavam, basicamente, competições morfológicas. Foi ao longo destes anos que as provas funcionais começaram a cair no gosto dos criadores e do publico em geral. Era o que estava faltando para provar a qualidade e a funcionalidade do cavalo crioulo, além de impulsionar a entidade.
A Primeira Prova Funcional para Éguas Crioulas Registradas ocorreu em abril de 1971. A partir desta primeira experiência bem sucedida, outras começaram a aparecer, como a prova de rédeas e a prova de resistência. A cada ano que passava, surgiam novos adeptos e apreciadores destas modalidades.
As provas funcionais foram sendo aprimoradas ao longo da década de 1970, culminando, no ano de 1982, com a criação da prova mais consagrada e cobiçada da ABCCC: O freio de Ouro. Começava neste ano, uma das histórias de maior sucesso em qualquer associação de animais do País e que viria a contribuir para a aceleração do crescimento e expansão da raça em todo território nacional.
Ampliando Horizontes
No primeiro ano da década de 1990, a ABCCC foi além de seu campo de atuação e criou a marca Cavalo Crioulo. Além de ser uma fonte extra de renda para a entidade, foi uma forma eficaz de divulgação da raça crioula. O sucesso da grife fez com que, em sete anos, 65 novos produtos fossem lançados e uma loja itinerante fosse montada.
A década de 1990 também marcou a entrada da ABCCC na era digital. Em 1991, todo o sistema de registro genealógico foi informatizado, tornando o processo mais ágil e rápido. Em 1995 a ABCCC vislumbrou a importância da recém lançada internet e antecipou-se a muitas empresas e entidades. Neste ano, a primeira página eletrônica foi ao ar, mesmo não sendo a internet muito difundida e conhecida do público em geral. Em 2000, com cinco anos de existência, a página da ABCCC registrava uma média de 84 acessos ao dia. Nove anos mais tarde, em 2009, após a criação de uma loja virtual para os produtos da marca Cavalo Crioulo, dos classificados on-line e da abertura do banco de dados para consulta, este número alcançou espantosos sete mil acessos ao dia, batendo recorde a cada ano.
A mais nova aposta da entidade, neste ano de 2009, é a TV ABCCC. Inaugurada em julho, a TV está disponível para o público em geral através da página eletrônica. Esta, como todas as outras empreitadas da ABCCC, irá ampliar o seu alcance e difundirá, ainda mais, a raça crioula. Com isso, mais um capítulo, desta história de 77 anos de sucesso, está sendo escrito...
http://abccc.racacrioula.com.br/hist%C3%B3rias/
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