O anel

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 O anel é uma das peças de joalheria mais antigas que existem e sua origem é um tanto obscura, apesar de que se pode inferir que ele é uma evolução do selo cilíndrico usado preso ao pescoço ou ao braço, que por questões de funcionalidade da peça teve seu tamanho reduzido para que pudesse ser utilizado no dedo.



      Outra origem possível do anel é o nó: seu design é um dos mais antigos que existem e sua representação foi usada em todas as culturas primitivas como amuleto contra espíritos maus, possuindo propriedades mágicas. As mágicas virtudes do anel ao longo da história da civilização humana podem estar no fato do anel poder ser visto como um nó simplificado que é usado no dedo.  
     Usado durante toda a Antiguidade, não só como objeto de adorno mais também como selo, símbolo de poder, classe social ou autoridade, ou ainda amuleto, o anel podia às vezes servir a todos os propósitos ao mesmo tempo. Eram feitos em vários tipos de materiais, como ouro, prata, ferro, marfim e âmbar, sendo o ouro o material mais cobiçado não só pela sua raridade e beleza, mas também pela sua associação com o sol, astro venerado em várias culturas como um deus.



     Foi a cultura egípcia que difundiu o uso do anel como o conhecemos ainda hoje e influenciou outras culturas como a assíria, a cita, a babilônica, a grega, a etrusca, a hitita, a romana assim como muitas outras, na representação figurativa de animais e insetos como motivo decorativo em anéis. O escaravelho talvez seja, assim como a serpente, o mais forte ícone da representação zoomórfica do mundo antigo.
     Na sua obra “História Natural”, escrita por volta de 75 dC, o autor clássico romano Caio Plínio Segundo relata a fábula grega sobre a origem do anel: pela audácia em roubar fogo dos céus, o mortal Prometeu foi condenado por Júpiter a ser acorrentado por 30.000 anos a uma rocha na cordilheira do Cáucaso enquanto um abutre bicava sem cessar o seu fígado. Mas Júpiter revogou o castigo antes do prazo dado e liberou Prometeu, dando ao Titã uma punição mais leve: usar um dos elos da corrente que o mantivera prisioneiro à rocha como anel. Este continha um fragmento da rocha carcereira, assim Prometeu ainda estaria ligado ao cruel castigo dado anteriormente.  



Os anéis que portavam veneno originaram-se na Índia e no Extremo Oriente. A arte da ourivesaria assegurava que pequenas doses de veneno, líquido ou em pó, eram mais facilmente escondidas e melhor guardadas em peças de joalheria do que em peças de couro, cerâmica ou ainda vidro. Anéis usados na Antiguidade com compartimento para veneno foram encontrados por toda a Ásia, Rússia, regiões em torno do mar Mediterrâneo e Oriente Médio. As gemas eram usadas para adornar o anel, em geral masculino, e o veneno ficava contido abaixo das mesmas. A dose era normalmente letal, a ser usada como último recurso ante a desgraça ou uma morte ainda pior.




O orador grego Demóstenes (384 aC-322 aC) cometeu suicídio no templo de Poseidon situado na ilha grega de Calauria, ao usar o veneno escondido dentro de uma anel, para escapar da fúria de seus inimigos, morrendo rapidamente.

A história de Roma conta que quando Marco Licínio Crasso (115 aC-53aC), patrício, político e general romano, saqueou o tesouro do templo de Júpiter Capitolino, o guardião do templo quebrou entre os dentes a gema do anel que escondia um veneno e imediatamente morreu, poupando a si mesmo de sofrer torturas e uma morte indigna. Marco Crasso, apesar de ter vencido a revolta dos escravos liderados pelo Espártaco e ter participado do 1º Triunvirato juntamente com Pompeu e César, terminou seus dia na Batalha de Carras, travada contra o império parta. Apesar das sete legiões e tropas auxiliares que comandava, resolveu abandonar as tradicionais táticas militares romanas e atacou os partos seguindo caminho por um vale estreito, cuja saída estava totalmente bloqueada pelo exército inimigo. O enorme equívoco deu origem à expressão “erro crasso”, que significa uma falha grosseira de planejamento com conseqüências trágicas.



Em relação a outro general, o cartaginês Aníbal (247 aC- 183 aC), vencedor da decisiva Batalha de Cannae (216 aC) contra os romanos, diz-se que recorreu ao veneno contido em um anel que usava por toda a vida, quando viu que não havia mais saída frente aos inimigos romanos que o caçavam, mesmo estando escondido na remota Bitínia. Sobre o anel de Aníbal, escreveu o poeta romano Juvenal, autor do livro “As Sátiras”: ‘Cannarum vindex et tanti sanguinis ultor Anulus’ ( Este anel, vingador de todos os que caíram em Cannae e de todo o sangue que foi derramado).

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